Ser mãe é uma experiência muuuito transformadora e traz, talvez, a vivência mais funda do amor entre seres terráqueos...
A título de ilustração, ABSOLUTA/amores convidou duas mulheres para contarem como foram transformadas enquanto fêmeas quando se tornaram mães. Elas descobriram com suas filhas que amor é medo, poder, impotência, alegria e dor, tudo junto, a enorme e misteriosa alquimia humana e divina de gerar uma cria. Amor, amor, amor. Absolutamente amor...
Fernanda Baby, mãe de Mariah, 4 anos
Adoro ser mãe!!!! Sinto que estou mais atenta ao mundo, percebo as coisas em um nível mais profundo, tenho uma maior compreensão do meu próprio corpo, sei o quanto significa ser mulher. Aprendi a ser mais tolerante, voltei a ser criança nas doces e alegres brincadeiras com ela, aprendi a dar a volta por cima, descobri que sou muito forte... realizei um sonho!Maternidade é uma vocação, é quando Deus te chama e você aceita gerar e zelar por alguém, e se admira com quão infinito e espetacular é o AMOR MAIOR, o amor por um filho!
E toda mãe é um pouco médica, cozinheira, conselheira, fada madrinha, personal trainner, escritora, professora... e tem um coração onde o filho sabe que sempre será aceito.
Não tem coisa melhor no mundo que ter um bebê só seu, morder, beijar, apertar, cheirar, e vê-lo crescer, acompanhar seus primeiros passos, ensinar a pedalar, a desenhar, ganhar e dar muitos beijos e abraços, fazer cócegas e ouvir a gargalhada mais linda do mundo, e fazer tudo pra ver sua criança feliz.
Existia uma Fernanda antes de ser mãe e hoje existe outra, a que nasceu quando descobriu que seria mãe. Tive dois miomas uterinos externos, e fiz a cirurgia de remoção deles e de parte de um dos ovários, um ano antes de engravidar dela. Ela é uma grande conquista, e os obstáculos só fizeram com que eu desejasse ainda mais ser mãe! Faria tudo novamente, só pelo prazer da chegada dela.
A vontade sempre foi imensa, desde muito cedo, e no momento em que ela veio, apesar dos pesares, foi o momento bem escolhido por Deus, era o relógio biológico, um instinto materno batendo a porta, e dizendo: é agora a hora! Se ela não tivesse vindo ao mundo, eu teria adotado, era um desejo tão profundo, e bem claro pra todo mundo ver. O próximo deve vir assim, com o mesmo desejo, tão intenso que extravasa, por enquanto o desejo maior é só dela, de ter uma irmã!
Um mês atrás, ao passar por uma pequena gruta com uma imagem de uma Santa, paramos pra rezar, após agradecer a saúde, ela fez um pedido, queria uma bonequinha, aí eu comentei que ela deveria pedir bênçãos para sua vida, para a vida de todas as pessoas, que ela já tinha tantos brinquedos, não precisava de mais uma boneca, ela parou, olhou pra Santa e disse: "Então, quero uma irmã!"... Eu fiquei sem resposta, não sabia se dizia pra Santa não escutar, se explicava que uma irmã agora também não daria, ou se não falava nada...
Não dá pra pensar em ficar sem vivenciar todas as suas fases, do engatinhar ao andar, do balbuciar ao falar, a fase do quero tudo cor-de-rosa, a fase de pedir irmãos, a atual fase dos porquês, sem tua presença, filha, a vida seria nada!
Eu não sabia o que era dormir pouco, acordar várias vezes à noite, comer meu almoço frio, tropeçar em brinquedos espalhados pela casa... Certa noite, pisei num tambor dela no chão da sala e quebrei, cortou minha canela, mas não tive coragem de xingar porque o brinquedo estava jogado ali, expliquei que ela precisa guardar no lugar após brincar, mas dei um jeitinho de concertá-lo ao invés de comprar outro novo como ela sugeriu, isto é educar, papel de mãe também... e, mesmo assim, amar tudo, tudinho, do universo infinito de ser mãe, porque ter você, filha, é maravilhoso. Passar horas te olhando, reconhecer meus traços em ti, cantarolar pra ti dormir, ouvir inúmeras vezes: "mãe, te amo", tão displicente, tão inocente, e tão sincero, dá graça aos meus dias, faz tudo valer a pena!
Antes dela, nunca tive que segurar forte a mãozinha de uma menininha para que coletassem urina com sonda, e chorando muito, feito ela, senti o coração despedaçado, sem poder fazer nada pra parar a dor que ela sentia - isto é a impotência das mães diante da vida, de certas coisas que não podemos impedir, mas podemos confortar...
Não achava que aquela bebezinha tão pequena poderia virar minha vida de cabeça pra baixo, e tornar tudo belo, e me tornar o mundo de alguém, da noite pro dia! Descobri com minha filha que amor é medo, satisfação, poder, impotência, alegria e dor, e tudo imensamente prazeroso.
Sei que tu nasceste pra mim, e eu nasci pra ti, filha. Cada filho é uma nova benção para o mundo, Deus me deu este anjo que tu és e realizou meu maior sonho, para que eu soubesse que sou poderosa, forte, imensa, para que eu seguisse sempre em frente, para que nada fosse impossível, para que a vida enfim fizesse sentido de verdade, para conhecer o amor eterno, o AMOR INCONDICIONAL: amor de mãe... Obrigada, Deus, por permitir que eu fosse a mãe dela!
FILHA, TE AMO! Minha ciumentinha linda! Minha dádiva!
Fernanda Baby
Fotógrafa e publicitária
www.fernandababyfotografa.com.br
PORTO ALEGRE/RS
Vanessa Santetti, mãe de Rafaela, 5 anos
A transformação foi grande, o susto no momento em que soube da gravidez também. Estava me separando, o pai dela estava indo estudar na Europa, era um momento de muita insegurança... Queria minha liberdade, tantas coisas que já nem sabia ao certo o que queria e para onde eu iria.Mas tudo mudou, senti que a única certeza era a de ser mãe. Assumi o papel e decidi ser a melhor morada que minha filha poderia ter, comecei a me dedicar a fundo em ser mãe. Primeiro, eu dizia que me trabalhava pelo bebê, depois me dei conta do bem que me fazia todo aquele amor que sentia por mim mesma e por aquela pessoinha que ainda não conhecia.
O ritmo do mundo mudou para mim e as cores também: como é lindo e diferente o olhar de quem está correndo angustiado, buscando um caminho, e uma pessoa segura que sabe aonde vai e que tem tempo para chegar lá, nove meses.
Sempre achei que o fato de estar sozinha me deu mais força para encontrar essa mulher poderosa que protege a cria de absolutamente tudo. Esses milagrosos nove meses transformaram minha vida, de uma mulher meio perdida, cheia de medos e angústias, a uma mulher inteira e serena. Ver seu rosto pela primeira vez foi um momento iluminado, os olhos dela falavam comigo, foram minutos muito "nossos" e ela me observava bem tranqüila.
O medo de não ter leite me aterrorizou, só me senti completa mesmo no segundo dia em que a Rafaela pôde mamar e, mesmo com dor de principiante, eu chorava de alegria. Como uma boa mãe loba, dei de mamar para minha filhote até um ano e oito meses.
Nossa relação ainda é assim cheia de carinho e juntas, muito juntas, sei que sou uma boa mãe, os beijos, carinhos, abraços e risadas diárias me provam isso. Precisava mesmo da maternidade para despertar em mim essa mulher inteira e forte que sou hoje. Minha filha é muito alegre, segura e decidida, observo e aprendo muito com ela. Obrigada, filha, por ter me dado a chance de voltar a brincar, a olhar e amar mais a natureza. Obrigada por me trazer de volta todas as minhas primeiras vezes.
Vanessa Santetti
Reikiana e uma sacerdotisa da Deusa
vanessabrasil@hotmail.com
PORTO ALEGRE/RS
Rafaela é nossa modelo no logotipo de ABSOLUTA/Filhos
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