Slings, beleza e praticidade de uma tradição ancestral

Alças de pano fazem mágica na hora de carregar uma cria.
Os modernos babyslings são tiras de algodão ajustáveis que retomam uma prática muito antiga entre mães de diversas culturas, tanto no ocidente quanto no oriente. Além
de aliviar o trabalho, geram o retorno do toque, do “estar junto” como alternativa para fortalecer e re-estabelecer vínculos familiares.
Em uma lista sobre partos naturais, Absoluta pinçou uma fabricante destes instrumentos, e puxou detalhes.

Slings são de maneira geral “alças que dão suporte”. Desde as que transportam os containers nos portos para a carga e descarga dos navios até os slings de bebês ou babyslings. De uma forma simples, babyslings são faixas ajustáveis, que envolvem a pessoa e permitem carregar uma criança junto ao corpo.
Confeccionadas em tecidos de algodão, possuem duas argolas afixadas em uma de suas extremidades. A facilidade do ajuste permite que o babysling acompanhe o crescimento da criança e desta família por até 4 anos.
Atualmente, encontramos muitas mães que tem receio de mimar demais seus filhos por pegá-los no colo ou dar-lhes carinho em demasia. A maior preocupação é com a volta ao trabalho e quem ficará com a criança, então. A esse cenário, nossas indústrias fornecem uma série de artefatos mirabolantes como balancinhos automáticos, andadores, bebês-confortos, carrinhos, cercados, cadeirinhas especiais e outros tantos “recipientes” de criança, que tragam consigo a idéia de bebês/crianças bem cuidadas, calmas e com uma certa independência para a mãe. O que não deixa de ser uma filosofia bastante comercial, rentável e questionável...
O que a mulher paleolítica fazia com seus filhos? Quais os recursos disponíveis? Podemos afirmar que as crianças paleolíticas eram mimadas? A mãe paleolítica carregava seus filhos no colo, normalmente amarrados ao corpo através de peles ou panos tecidos com fibras naturais. Podemos encontrar diversos registros durante a história da humanidade. O calor do corpo era fundamental para a sobrevivência da espécie. Seria o que chamamos de instinto?
Hoje, esse hábito/instinto vem sendo estudado, e inúmeros benefícios são comprovados através de evidências e estudos científicos. O melhor exemplo é o método mamãe-canguru, aplicado aos bebês rescém-nascidos nas maternidades de todo o país.
O mecanismo é muito simples: assim como qualquer ser humano, uma criança precisa do toque, do carinho, do calor, do aconchego, sua sensibilidade é aflorada pelo tato, pelo olfato. Através do olfato são definidos os primeiros vínculos, tanto com a mãe como com o pai. Esse conceito encontra forte respaldo nas teorias de exo-gestão, defendidas pelo antropólogo Ashley Montagu, em seu livro “Tocar” (bebês passam por outro processo de nove meses, a partir do momento em que nascem, onde um babysling atuaria como uma barriga de transição).

Uma criança que permanece mais tempo aconchegada ao colo da mãe/pai é mais segura, mais feliz (brincalhona), menos irritadiça, chora menos, dorme melhor - fatores determinantes de sua auto-estima e que influenciam diretamente na imunidade desta criança.

Apresenta um desenvolvimento motor, emocional e neurológico maior, anda mais cedo, e tem maior flexibilidade e coordenação. Todos esses fatores são experimentados na prática, no dia a dia, através de inúmeros depoimentos e comprovados através de estudos científicos. E a mãe e/ou pai? Por conseqüência, têm maior liberdade de movimento, mais tempo para si mesmos, realizam suas tarefas diárias com menor nível de estresse e apresentam mais desenvoltura e segurança para lidar com seus filhos.
Quando se fala em “carregar ao colo uma criança” há algo muito mais profundo envolvido, baseado nos instintos mais primitivos que a humanidade traz consigo. A questão é bem mais abrangente do que apenas mimar ou não uma criança, como se carinhos fossem algo a ser mensurados e limitados de alguma forma.

Bettina Lauterbach
bettina@babyslings.com.br
www.babyslings.com.br
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=392241
Gramado/RS
Fotos
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